sábado, 2 de dezembro de 2017

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Universidade Federal Fluminense
Escola de Arquitetura e Urbanismo
À
Comissão de Urbanismo e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Niterói
Att.: Vereador Bruno Lessa
Brunobastoslessa@gmail.com
Niterói, 03 de Outubro de 2017
ASSUNTO: Proposta de Emenda ao Plano Diretor da Cidade de Niterói – Morro do Gragoatá
Prezado Senhor,
Aproveito a oportunidade para reiterar nossos protestos de elevada estima e consideração, bem merecidos por seu zelo e pela sua atuação neste longo processo de audiências.
Em referência a Audiência Pública realizada ontem (02/10/2017) na Câmara Municipal de Niterói a Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Fluminense encaminha os seus considerandos e proposta para o Morro do Gragoatá discutidos internamente em reunião com professores e discentes do curso.
Entendendo ser essa nossa área de competência profissional, solicitamos a sua apreciação e defesa da mesma.
Atenciosamente,
Louise Land B. Lomardo
Vice Diretora
Escola de Arquitetura e Urbanismo
Universidade Federal Fluminense


PROPOSTA DE EMENDA AO PLANO DIRETOR DA CIDADE DE NITERÓI DA ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

A respeito do Morro do Gragoatá:

Considerando que:

1- O Morro do Gragoatá é um expressivo patrimônio ambiental, que possui um importante papel para o município de Niterói, por ser a única área não ocupada na região centro sul de Niterói. É responsável pela amenização climática, melhoria na qualidade do ar e, portanto, da qualidade de vida dos habitantes dos bairros de Icaraí, Ingá, São Domingos, Boa Viagem e Gragoatá.

2- O Morro do Gragoatá possibilita o fornecimento de serviços ambientais necessários à biodiversidade regional - como o fomento à preservação de espécies da fauna e flora, a exemplo das 60 espécies de pássaros - inclusive migratórios - que habitam a região - e tais fatos são evidenciados pelas numerosas ações para a sua proteção ambiental ao seu entorno.

3- O Morro do Gragoatá possui valor paisagístico relevante em função de ser pano de fundo para o Forte do Gragoatá e de permitir de seu topo a mais linda vista panorâmica de toda a baia de Guanabara incluindo o por do sol sobre skyline do centro do Rio de Janeiro. O Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) aprovou em 01/07/2012 o ingresso do Rio de Janeiro na Lista do Patrimônio Mundial. A entrada da baía de Guanabara entrou para a Lista na categoria de paisagem cultural pelo cenário urbano excepcional da cidade, constituído por elementos naturais que moldam e inspiram seu desenvolvimento. “O título conseguido pelo Rio representa o olhar da comunidade internacional sobre os valores da cidade”, destaca o Representante da UNESCO no Brasil, Lucien Muñoz.

4- Segundo a Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 11-3/2015, aprovada pela PORTARIA Nº 958/GC3, de 9 de julho de 2015, assinada pelo Ministro da Aeronáutica – (Legislação Federal assinada de acordo com Acordo Internacional do qual o Brasil é signatário) - , há completa impossibilidade de se construir qualquer imóvel acima da cota 49m naquelas coordenadas geográficas e o morro do Gragoatá possui cota 55m, pois encontra-se dentro da rota de aproximação do aeroporto Santos Dumont. Para a área apresentada, a altitude máxima permitida pela superfície horizontal interna do PBZPA (Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos) de SBRJ (Aeroporto Santos Dumont) é de 49,0 metros. Nenhuma legislação municipal pode se opor a federal.

5- O Morro do Gragoatá conta com uma grande parte de sua vegetação preservada e outra em processo de reflorestamento e se localiza em local de rápido acesso à população de Niterói. O aproveitamento de tal potencial para o uso público da população da cidade e para incentivar o turismo seria uma medida compensatória para a população Niteroiense que perdeu as Praias Vermelha e do Gragoatá como seu local de lazer e convívio.

6- A UFF preserva e ocupa a área com projeto de pesquisa e também tem investido e protegido o seu patrimônio, uma vez que realizou obras de contenção nas encostas do morro em 2012. Os seus limites são perfeitamente cercados pelos seus confrontantes ou taludes de grande inclinação, estando seu patrimônio protegido a invasões, as quais nunca ocorreram.

7- A área é usada para projeto de pesquisa e existe ainda um Termo de Cooperação entre o Ministério do Meio Ambiente (Termo de Execução Descentralizada no 1/2014, DOU 168 de 02/9/2014, seção 3, pág 132) iniciado em outubro de 2014. O projeto “Recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente no Morro do Gragoatá – Niterói” propõe recuperar a vegetação o morro através de técnicas de nucleação, tendo em vista o grande interesse ambiental do mesmo e a sua importancia para o clima da cidade.

8- Os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.152 (cf determinação da resolução CONAMA n. 1 de 1990 IBAMA/MMA) são prejudiciais à saúde. A curva de ruído da área devido à proximidade ao Aeródromo do Santos Dumont impõe limitações à localização de imóveis residenciais no morro do Gragoatá, pois a norma NBR 10.152 (Níveis de ruído para conforto acústico) exige um nível de ruído menor ou igual a 50 dB(A), no período diurno, e de 45 dB(A), para o período noturno, em áreas residenciais urbanas ou com a presença de hospitais e escolas, como é o caso. Segundo trabalho publicado por Moura, V. G. O (2015), o nível de ruído no local é superior a 45dB(A), o que inviabiliza o uso residencial da área . Nenhuma legislação municipal pode ser mais permissiva do que a Federal.

Salientamos, dentre as considerações acima que devido às legislações referentes à segurança ao Vôo do Ministério da Aeronáutica, à legislação referente à saúde humana (ruídos) do Ministério do Meio Ambiente e ao seu valor ambiental, a área é non edificandi e, por outro lado, as suas inúmeras qualidades para o uso público devido às suas características ambientais (clima, paisagem, fauna, flora), sendo assim propomos que,

O TOPO DO MORRO DO GRAGOATÁ, ASSIM COMO SUAS ENCOSTAS, SEJAM CONSIDERADOS UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL COM USO DE PARQUE URBANO PÚBLICO A SER REGULADO POR PLANO DE MANEJO, NELE INCLUINDO O USO DE PESQUISA E EXTENSÃO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE.

Essa proposta tem o objetivo de:

1- Compensar a população de Niterói com um Parque Urbano para a atividade de lazer equivalente às praias que foram aterradas e suprimidas pelo aterro Praia Grande;
2- Preservar a qualidade climática da cidade e proteger a fauna e a flora;
3- Aumentar o potencial turístico e de lazer em área central da cidade;
4- Preservar a continuidade do projeto de reflorestamento e monitoração realizado pela Prof. Jane
5- Possibilitar trabalhos de extensão e pesquisa de setores da Universidade que estudam clima urbano, turismo, ciências ambientais, paisagismo, biologia entre outros possíveis projetos.

Observação Final: A Escola de Arquitetura e Urbanismo oferece a sua competência para organizar um concurso de idéias para o referido Parque Ambiental.


Referências Bibliográficas

Araujo, Mario Brasil de (Procurador Geral) – Petição ao Juiz da Vara Federal (7 págicas) de 8/11/1982
BRASIL. Resolução 06, Conselho Nacional do Meio Ambiente de 4 de maio dc 1994. In: http.7Avww.mma.gov.br/port/conama/rcs/rcs94/rcs0694.html (acessado em 19 de julho de 2015). COLUNA DO GILSON MONTEIRO – NITEROI DE VERDADE Verdes passam por cima de lei ambiental De 18 SET/20017, http://colunadogilson.com.br/verdes-passam-por-cima-de-lei-ambiental/ (Acessado em 25/9/2017)
DRUMMOND, José Augusto. Devastação e Preservação Ambiental no Rio de Janeiro. Niterói: EDUFF, 1997 MINISTÉRIO DA DEFESA, COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, INSTITUTO DE CARTOGRAFIA AERONÁUTICA, PORTARIA DECEA Nº 24/ICA, DE 14 DE JULHO DE 2015- http://servicos.decea.gov.br/arquivos/aga/planos/37fab2ce-9958-4293-80d99b5b1103ff4b/portaria.pdf (Acessado em 25/9/2017)
MINISTÉRIO DA DEFESA, COMANDO DA AERONÁUTICA, ICA 11-3 PROCESSOS DA ÁREA DE AERÓDROMOS (AGA) NO ÂMBITO DO COMAER, 2015
Ministério do Meio Ambiente- RESOLUÇÃO CONAMA nº 1, de 8 de março de 1990 Publicada no DOU nº 63, de 2 de abril de 1990, Seção 1, página 6408. http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=98 (Acessado em 26/9/2017) MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL, Secretaria Nacional de Aviação Civil, “Nova rota reduz ruído em bairros próximos ao Santos Dumont (RJ)”,. http://www.aviacao.gov.br/noticias/2016/01/nova-rota-para-santos-dumont-reduz-ruido-de-avioes Acessado em 25/9/2017
Moura, V. G. de - IMPACTO AMBIENTAL SONORO DA AVIAÇÃO REGULAR NO AEROPORTO SANTOS DUMONT LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A TOPOGRAFIA LOCAL. UFRJ, Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ, Rio de Janeiro, 2015. (orientação Prof. Dr Sc. Jules Slama) Prefeitura de Niterói, LEI Nº 2099, DE 14/10/2003 - PUB. O FLUMINENSE, DE 15/10/2003. HTTPS://LEISMUNICIPAIS.COM.BR/A/RJ/N/NITEROI/LEI-ORDINARIA/2003/210/2099/LEI-ORDINARIA-N-2099-2003-CRIA-A-AREA-DE-PROTECAO-AMBIENTAL-DO-MORRO-DO-GRAGOATA
Prefeitura de Niterói, PLANO DIRETOR DE NITERÓI LEI 1157/1992 ALTERADA PELA LEI 2123/2004. http://www.pgm.niteroi.rj.gov.br/leis/lei/Lei_n1157_Plano_Diretor_Alterado_pela_Lei_2123.pdf (Acessado em 25/9/2017)
Prefeitura de Niterói, PLANO URBANÍSTICO REGIONAL DAS PRAIAS DA BAÍA, http://pgm.niteroi.rj.gov.br/legislacao_pmn/2002/LEIS/1967_PUR_das_Praias_da_Baia.pdf
SILVA, J. G.; LIMA, S. L. dc S.; LEITÀO, P. da S.; OLIVEIRA J. L. F. 2004. Morro do Gragoatá, Nitcrói-RJ: Um Modelo Prático para Análise e Pcrcepçào Ambiental. In: Anais. / Congresso Académico sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro. 2004. p 152-4.
SILVA, J.C.; FIGUEIREDO, B. da C.; EL-KAREII, J. C. Estudos Ambientais para Recomposição da Flora no Morro do Gragoatá, Nitcrói-RJ. In: Anais. VIU Encontro Nacional Sobre Arborização Urbana. Sociedade Brasileira dc Arborização Urbana. Ceará. 1999.

Anexo 1- Fotos do Local

Figura 8 – Foto do por do sol em direção ao skyline do Rio de Janeiro

Foto 9 – Foto de trecho da mata de presente no local

Foto 10 - Vista da entrada da barra e do Pão de Açúcar

Foto 11- Vista do topo do Morro do Gragoatá

Foto 12- Vista da entrada da Baia de Guanabara de sua vertente leste
Foto 13- Vista da Mata Atlântica em recuperação
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Foto 14- Praia Vermelha original, antes do aterro (A. Parreiras)

Foto 15 – Simulação da ocupação pretendida do Morro do Gragoatá, vista aérea


Foto 16 – Simulação da ocupação pretendida do Morro do Gragoatá- Perspectiva
Figura 17: A simulação demonstra que os edifícios ultrapassam o topo do Morro





Figura 17 – Vista das Barcas
Figura 18 – Vista das Bloco H
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Imagem antiga da área comprovando que o desmonte do morro foi pequeno, Já havia um platô.



Anexo 2- Ações de âmbito Federal, Estadual e Municipal

Ações em âmbito Federal e Municipal pertinentes à PROTEÇÃO AMBIENTAL do Morro do Gragoatá:
Ações municipais

• Em 04 DE ABRIL DE 2002 a LEI 1967 no seu Art. 9º - I - Área de Especial Interesse Ambiental do Morro do Gragoatá, para criação de Parque Urbano;


  • Em 15/10/2003 a lei municipal 2099/2003, tornou a área de proteção ambiental permanente na Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro do Gragoatá, as porções de terreno com declividade igual ou maior do que 45º e/ou que tenham significativa cobertura vegetal, conforme delimitação do Anexo I desta Lei. “Art. 4º- À área com declividade média menor que 6º (seis graus) e sem cobertura vegetal significativa, conforme delimitação do Anexo II desta Lei, aplicam-se os parâmetros da Fração Urbana CT 14 (trecho da Rua Cel. Tamarindo). Parágrafo Único - Qualquer empreendimento na área de que trata o caput deste artigo será submetida à análise morfológica especial, de acordo com o artigo 54 da Lei 1.470 de 11 de dezembro de 1.995, e deverá constituir-se de edificação que acompanhe a forma em curva da encosta do Morro do Gragoatá, podendo constituir-se em mais de uma edificação, desde que em harmonia com a referida encosta.” Esta lei municipal está em desacordo com resolução CONAMA 303 de 2002, em vigor a época, pois a área sem declividade é o topo de morro e possui cota superior a 50m)

Ações Federais

• A legislação federal, segundo a resolução CONAMA 303 de 2002, em vigor ao momento da entrada da ação, classifica a área como de preservação permanente (APP) que é uma legislação federal e não pode ser sobreposta por uma legislação municipal.
• Destacamos que a caracterização de topo de morro é dada pela resolução CONAMA 303 de 2002 e se baseia somente na altura da elevação e na proporção em relação a esta altura que deve ser protegida e independe do estágio de degradação ou conservação da área. A caracterização de morro e de topo de morro são dadas pela resolução CONAMA 303 de 2002 nos artigos 2º parágrafo IV e 3º parágrafo V, respectivamente, que vigorava a data da ação
• Somente à luz do Novo Código Florestal, inciso IX do art. 4º da Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 (data posterior à colocação da ação), a supracitada a área passou a não ser considerada de preservação permanente.
• A perícia judicial ambiental, efetivada em 02/06/2016, nos autos do processo de nº 0001288-98.2006.4.02.5102, em trâmite perante a 3ª Vara Federal de Niterói, não concluiu que o Morro do Gragoatá não se caracteriza como área de preservação permanente. Destacou a modificação da lei e deixa a decisão a cargo do juiz, a ação ainda não transitou em julgado.

Anexo 3 – Mapas constantes na portaria ICA 24 – Referentes ao Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos do SBRJ (Aeroporto Santos Dumont)

Figura 1- Esquema geral
http://servicos.decea.gov.br/arquivos/aga/planos/2247dcac-3795-4485-956764be2714aa77/pbzpa.pdf

Figura 2- Mapa da área de influência do Aeródromo do Santos Dumont
http://servicos.decea.gov.br/aga/?i=planos&view=2247dcac-3795-4485-956764be2714aa77&pln=PBZPA


Figura 3 - Mapa 2 da área de influência do Aeródromo do Santos Dumont


Anexo 4 - Mapas referentes à altimetria do Morro do Gragoatá O platô possui cota 55m e existem 2 picos, um com 62m e o outro com 59m Figura 4 - Campus da Praia Vermelha com o Morro do Gragoatá Figura 5- Detalhe das curvas de nível do platô do Morro do Gragoatá (55m)

Anexo 5 – O Impacto Ambiental Sonoro da Aviação Regular no Aeroporto Santos Dumont Levando em Consideração a Topografia Local (Moura, V. G, 2015)

“O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere o Inciso I, do § 2º, do Art 8º do seu Regimento Interno, o Art lo da Lei 7.804 de I5 de julho de 1989, ... Considerando que os critérios e padrões deverão ser abrangentes e de forma a permitir fácil aplicação em todo o Território Nacional, RESOLVE: I - A emissão de ruídos, em decorrência de qualquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política. obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução. II - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior aos ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.152 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.”



Figura 7- Curvas de ruído na métrica LAeqN , rotas antiga e nova, com consideração da topografia (Moura, V. G, 2015)
A figura 7, acima, mostra que o Morro do Gragoatá encontra-se sob a área de ruído inadequado para residências, escolas e hospitais considerando-se tanto a antiga como a nova rota


As simulações objetivaram analisar a alteração da rota, com a utilização das métricas, níveis de pressão sonora equivalentes.
Analisando de acordo com as normas NBR 10.151, o resultado é surpreendente. De acordo com ela, é exigido um nível menor ou igual a 50 dB(A) na métrica , no período diurno, em áreas estritamente residenciais urbanas, ou com a presença de hospitais e escolas, como é o caso. Portanto, as medições estão em desacordo com a norma técnica brasileira. Novamente analisando de acordo com a Norma NBR 10.151, a mesma fixa um valor abaixo de 45 dB(A), na métrica , no período noturno, em áreas estritamente residenciais urbanas, ou com a presença de escolas e hospitais.
O estudo apresentado por Moura, V. G. (2015) tem o objetivo de tornar as análises de impactos ambientais sonoros mais precisas e reais, dadas as diversas possíveis consequências negativas para as populações atingidas. A consideração da elevação através da função terrain mostrou que realmente é muito importante neste propósito, pois as pessoas que habitam locais mais altos estão expostas a níveis maiores do ruído advindo das aeronaves.


Lista de Anexos:
Anexo 1- Fotos do Local ............................................................................................................ 8
Anexo 2- Ações de âmbito F .................................................................................................... 16
Anexo 3 – Mapas constantes na portaria ICA 24 – Referentes ao Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos do SBRJ (Aeroporto Santos Dumont) .......................................... 18 Anexo 4 - Mapas referentes à altimetria do Morro do Gragoatá ........................................... 20
Anexo 5 – O Impacto Ambiental Sonoro da Aviação Regular no Aeroporto Santos Dumont Levando em Consideração a Topografia Local (Moura, V. G, 2015) ....................................... 21

terça-feira, 18 de agosto de 2015

http://www.iabrj.org.br/uff-critica-em-carta-visao-da-cidade-da-elite





A Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense [EAU-UFF] vem se manifestar sobre as declarações de um ator de peso na produção do espaço no contexto carioca, publicadas recentemente nos veículos The Guardian e BBC Brasil (links abaixo).


Entendendo serem os conteúdos dessas declarações bastante graves, os professores da EAU elaboraram uma carta pública como resposta de uma instituição com o papel e a responsabilidade de formação de futuros profissionais em Arquitetura e Urbanismo, e com uma tradição de atuação em seu contexto urbano.


Manifestamos, ainda, nosso estranhamento frente ao silêncio dos veículos locais sobre tais declarações.


Reportagens:

http://www.theguardian.com/sport/2015/aug/04/rio-olympic-games-2016-property-developer-carlos-carvalho-barra

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150809_construtora_olimpiada_jp


Carta Pública:


“A cidade do preconceito”

autoria dos Professores da Escola de Arquitetura e Urbanismo

Universidade Federal Fluminense | EAU-UFF


Reportagens recentes no jornal inglês The Guardian (4 de Agosto, matéria intitulada “The Rio property developer hoping for a $1bn Olympic legacy of his own”) e na BBC Brasil (10 de Agosto, ‘Como é que você vai botar o pobre ali?’, diz bilionário ‘dono da Barra da Tijuca’) trazem relatos sobre o Rio na sua preparação como cidade olímpica, ilustradas pelas afirmações de um dos agentes com mais poder na sua moldagem, Carlos Carvalho. As declarações de Carvalho nos motivam a escrever esta nota pública.

Ambas as reportagens reconhecem que o Rio está desenvolvendo esta área para um mercado de ‘alto padrão’. Sentado em frente a um busto de Napoleão e ao lado de um mapa enorme da Barra, o incorporador Carlos Carvalho afirma que, se os padrões de construção fossem rebaixados, “a nova cidade” ficaria comprometida, deixando de representar no cenário global uma “cidade da elite, uma cidade de bom gosto”. A Barra, segundo o incorporador, precisa de empreendimentos residenciais nobres, não habitação para os pobres.


Esta visão parece expressar a opinião não declarada de muitos. Sabemos que questões fundiárias inviabilizaram o acesso ao solo urbano aos mais pobres no passado, uma dificuldade impressa dramaticamente na paisagem do Rio de Janeiro. Tal visão para o Rio de Janeiro e a Barra em particular lembra ainda as reformas urbanísticas e as práticas higienistas iniciadas no final do XIX, como a eliminação dos cortiços. O Guardian reporta corretamente que parte desta área é ocupada pela Vila Autódromo, uma comunidade com um rico e diverso tecido social que, embora tenham a propriedade legal de sua terra, estão sendo expulsos sob a ordem de justificação das Olimpíadas. É importante destacar que, em 2014, um plano de urbanização desenvolvido por um grupo de professores da UFF e UFRJ com os moradores da Vila Autódromo foi agraciado com o prêmio internacional Urban Age, organizado pela prestigiada London School of Economics (LSE).


Temos acompanhado os diversos tipos de violência (simbólica, policial, econômica) perpetradas em nome da construção da cidade olímpica. Surpreendente nas reportagens citadas é a forma como é revelada a articulação entre os interesses imobiliários e a administração pública municipal, uma expressão do novo projeto de cidade (de exceção) que vem se tornando exemplo emblemático para diversas administrações mundo afora, mostrando o impressionante poder político de promotores imobiliários e sua coalizão com a esfera do planejamento municipal.


A ordem para as remoções, dada pelo prefeito Eduardo Paes no começo do ano, teria ajudado o incorporador, como ele admite. Seguem informações sobre as alterações no Plano Diretor da região executadas nos 3 primeiros meses do segundo mandato de Paes, alterando a altura máxima permitida de 12 para 18 andares – tendo como contrapartida a doação por parte da empresa Carvalho Hosken de área e divisão de custos dos 480 milhões de dólares dos centros de mídia dos Jogos. Uma entrevista anterior, publicada em O Globo [25/06/2015], confirma esses benefícios: “Realmente fui muito ajudado pela vinda dos Jogos para a cidade, pois isso combateu um dos problemas mais sérios da região, que era a falta de infraestrutura de serviços, em setores como água, energia e esgoto, além do transporte”. O incorporador complementa: “Estamos fazendo algo elitizado”. Ele argumenta que a população mais pobre teria de ser removida para habitações do seu nível – fora das áreas nobres da cidade, na periferia, enquanto a elite deve permanecer nas áreas centrais.


O arranjo e a naturalidade do discurso nada tem de novo, mas surpreende o modo como é explicitada uma forma de construir a cidade: o “natural” lugar das classes sociais no espaço urbano. Vila Autódromo? Não é uma questão de urbanização de um assentamento informal nas margens de uma lagoa. Seus moradores estão, na visão do promotor imobiliário, obviamente fora do lugar: aquele não é o lugar deles. Tudo isso é dito de forma objetiva – Carvalho não usa subterfúgios ou meias palavras para dizer o que pensa. Em nosso país, onde as falas não costumam corresponder às ações, as entrevistas são fascinantes: é raro ter acesso à visões tão claras do que está em jogo na construção do espaço urbano. O fato de Carvalho ter exposto uma visão não assumida mas praticada permite que outros atores sociais se referenciem e reajam – alimentando um debate público, e muito necessário, sobre que sociedade e que cidade temos e desejamos ter.


Gostaríamos de contribuir para esse debate falando das sérias implicações dessa visão exposta tão explicitamente. Na cidade da elite, há uma ordem desejada, uma divisão social e urbana. Essa manifestação preconceituosa reflete e naturaliza – perigosamente – uma leitura cada vez mais comum e pública no Brasil: a diferença entre ricos e pobres, desejados e indesejados, claramente demarcados espacialmente. Esse discurso ecoa as distinções e discriminações entre etnias e a definição totalitária de seus territórios nas cidades. Ao estabelecer a priori o lugar das pessoas, essa visão estabelece uma rejeição franca do direito à cidade – aos benefícios como a acessibilidade e proximidade, e seus impactos comprovadamente positivos sobre renda e produtividade das pessoas. Rejeita ainda o sentido histórico da cidade como lugar do convívio de pessoas diferentes entre si, e a importância desse convívio para promover um entendimento da sociedade como complexa, incluindo ‘aqueles diferentes de nós. A opção da cidade da elite tem sido a de afastar essas diferenças em nome da geração de um núcleo de sociedade ideal – mas distante do desenvolvimento de uma sociedade democrática, porque rejeita a noção plena de urbanidade como convívio dos diferentes.


A visão da cidade da elite ignora algo que sociedades apreciadas pela elite brasileira (como a americana) já sabem: há evidências crescentes de que cidades com mais mistura social e étnica tendem a ser mais criativas e inovadoras, em função da proximidade de pessoas com diferentes visões e culturas. Mais gravemente, ignora os custos sociais e urbanos a curto, médio e longo prazo, como o fato da arquitetura produzida emblematicamente na Barra da Tijuca, com suas ilhas condominiais, seus muros, as grandes distâncias entre seus edifícios e a baixa diversidade de suas atividades, têm impactos negativos: inibem o uso pedestre das ruas e estimulam visivelmente a dependência do veículo. A cidade elitista não só tem menos pedestres: ela polui mais, gera mais engarrafamentos e tende a aumentar a insegurança no espaço público.


Nossa elite parece firme em sua ilusão de que a segregação espacial vai levar a uma sociedade pacificada e segura (ao menos para si). Perguntamos àqueles que querem criar essa “cidade da elite” no Rio de Janeiro: até quando a elite brasileira vai imaginar que pode se reproduzir em cativeiro?


Professor Luiz Renato Andrade e colegas, Diretor

Laura Elza Gomes, Coordenadora


Escola de Arquitetura e Urbanismo

Universidade Federal Fluminense

Niterói, Rio de Janeiro

sábado, 23 de novembro de 2013

Lute por Niterói! Assine:

Por que isto é importante

A cidade de Niterói não pode receber em 15 anos 400.000 novos habitantes. O trânsito em Niterói precisa ser resolvido antes. Precisamos de um Plano Diretor, pois não temos nenhum válido. A quantidade de novos edifícios na área central de Niterói vai gerar um número de viagens por dia que a infraestrutura da cidade não vai suportar. Não é decente que parte da cidade passe a ser administrada por um consórcio de empresas privadas! Os edifícios históricos e sua ambiência devem ser preservados! Por um novo plano Diretor construído 



democraticamente!


https://secure.avaaz.org/po/petition/Quero_que_o_projeto_de_lei_da_Ocupacao_Urbana_Consorciada_de_Niteroi_NAO_seja_aprovado/?fbss

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Querem destruir Niterói e suas belezas!


Fico muito triste com o projeto neoliberal de privatizar 7 bairros de Niterói. Sim, pelo projeto de lei que está em vias de ser aprovado além dessa massa de prédios que emoldurarão as obras achatadas e diminuidas de Oscar Niemayer teremos de aturar uma gestão privada da cidade.
Uma nova prefeitura, só para a parte da cidade selecionada como a mais rentavel.
O projeto da nova massa construída de Niterói comporta: 2 torres de 120 m e 2 torres de 70m. E mais: 20 torres de 18 andares. Aterros e mais aterros na baía de Guanabara. A nova estátua do Araribóia dentro do mar.
Eu acharia melhor fazer algo de real interesse da população.
No mínimo, um novo um novo Plano Diretor para Niterói! Mas sem a participação da Odebrecht, OAS e Andrade Guttierrez (CCR) e outras empreiteiras.
Por um projeto com participação efetiva da população da cidade e não de quem só quer auferir lucros...
A cidade de Niterói não pode receber em 15 anos 400.000 novos habitantes.
O trânsito em Niterói precisa ser resolvido antes.
Precisamos de um Plano Diretor, pois não temos nenhum válido. Isso deve até ser ilegal.
A quantidade de novos edifícios na área central de Niterói vai gerar um número de viagens por dia que a infraestrutura da cidade não vai suportar.
Não é decente que parte da cidade passe a ser administrada por um consórcio de empresas privadas!
Os edifícios históricos e sua ambiência devem ser preservados!
Por um novo plano Diretor construído democraticamente.
Defendo a proteção da ambiência urbana para os bens históricos.

São tantos assuntos e estão todos interligados em uma mesma proposta de lei...
A cidade não valerá mais nada depois de arrasada por essa péssima administração. Os investimentos nesses prédios desvalorizarão já que não haverá um respeito à identidade e cultura local, não haverá mobilidade urbana alguma, as obras de Niemayer ficarão obstruidas da cidade e "emolduradas" quando vistas pelo mar. Um desacerto total.

Por que não chamam urbanistas brasileiros para fazer o planejamento urbano ouvindo os cidadãos?
Miami ou Dubai não são aqui! Isso não valerá nada! 
Viva a bolha imobiliária!!


sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Dubai Niteroiense. Mas que mal gosto....

Existe coisa pior para uma cidade do que um prefeito querer aprovar uma lei para que empresários possam fazer o que quiserem?
O desejo de construir torres de 46 andares passa a ser legal porque as empreiteiras mandam e o prefeito obedece! E os vereadores também, quase todos...
Se a cidade vai ficar mais injusta, engarrafada ... que se exploda!! O que interessa é dinheiro na mão!
"Dinheiro na mão é vendaval!"
Consultar a população? Jamais...  Audiência pública para que? Essa gentalha não sabe nada...
Só depois de tanta manifestação é que criaram medo e resolveram se conter nos trâmites normais.
E essas torres bizarras? Falsa paisagem! Esse ângulo não existe! O Pão de Açúcar e o Corcovado nunca foram vistos da Amaral Peixoto! Tudo para vender kkkkk Incautos, fiquem atentos! Esse  calçadão é dentro da baía de Guanabara! Aterro! E quem cuida do meio ambiente??
Torrem de calor nesse cimentado inóspito! 
Espelho d'água afogado pelo concreto!
Pessoas como formigas, sem significado.
Mas o povo Niteroiense está mudando essa história!
Debates e manifestações contra isso.



domingo, 7 de julho de 2013

Niterói está sendo atacada! Os empresários mudaram seu foco para cá

Isso não é revitalização,
é privatização e perda definitiva do que seria uma cidade humana, sociavel
Pretenções faraônicas
Subornos e trapaças


Os empresários querendo fazer da cidade o seu quintal



Aterro da baía e que mal gosto! Uma bolha de vidro suspensa como uma estufa para plantas


É mentira, nunca se verá essa vista do Rio dali. Tudo fake!!!
Dai só se vê o Centro do Rio, o Pão de Açúcar e o Corcovado jamais!
Dubai fantasiosa
Sonhos megalomaníacos
A plebe ignara que se esfole!
O mar aterrado! Crime ambiental!
Mudaram o Pão de Açucar e o Cristo de lugar!
Vão mudar a populaçao também de lugar. Ela vai para ...


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Mude para Niterói e viva engarrafado! Fotos de uma cidade caótica.


Niterói fica engarrafada em todos os horários do dia!
O transporte coletivo não tem rotas e horários bem planejados. Os antigos ônibus montados sobre  carrocerias de caminhões, o motorista que faz o troco para o passageiro e um sistema antiquado fazem que esse transporte não seja o preferido da população que se recusa a ter de fazer várias baldeações e demorar tempos enormes para trajetos tão curtos.

O movimento pendular dos trabalhadores que vão  para o Rio de manhã e  voltam de noite, não só de Niterói mas também de São Gonçalo, Itaboraí e Tanguá fazem da ponte Rio-Niterói um tipo de funil por onde todos tem de passar. O engarrafamento dessa única ponte se irradia por toda a cidade.

Não existem diferentes linhas de barcas para atender toda essa população. Parece bricadeira mas os trabalhadores de São Gonçalo tem de vir à Niterói para poderem atravessar para o Rio de Janeiro. As vias de automóveis não dão conta e a baia de Guanabara , com todo seu potencial, não é utilizada. Ramos, Duque de Caxias, Magé, poderiam ter barcas também, mas NÃO TEM! A passagem da barca custa hoje R$4,50 por 12 minutos de travessia.

Também não existem ciclovias. Existem algo quem chamam de "atropelovias": são faixas pintadas no asfalto que não são absolutamente respeitadas por ninguém!


Mostras do comportamento dos motoqueiros andando nas calçadas, Niterói engarrafada!

Oito e meio da noite, Niterói engarrafada!


Treze horas e dez minutos, Niterói engarrafada!

Quase dezoito horas e Niterói muuuuiiittoooo  engarrafada! Até a bucólica Boa Viagem está vermelha!


Completamente fora de horário, não é hora do rush, dia de semana normal, às 13h e Niterói engarrafadA! Há momentos que a ponte está livre, mas também internamente a cidade tem seus problemas e ela LITERALMENTE, PARA!



Poderia ter um desses cruzando sobre a ponte Rio Niterói? A quantidade de pessoas transportadas seria bem maior e só ocuparia uma pista de ida e outra de volta!


Ou você prefere isso??