Gostei muito do Sachs dizer que estamos passando, sem
perceber, para uma nova era geológica, o Antropoceno. Uma era em que as atividades do homem exercem muita influência no planeta. Os tais impactos ambientais.
Ele indica a criação de um Fundo internacional para investir na humanidade, reduzindo as desigualdades materiais. Não devemos ceder à ilusão de que os mercados, por si mesmos, sabem melhor. Ao contrário, são míopes e socialmente insensíveis.
Ele indica a criação de um Fundo internacional para investir na humanidade, reduzindo as desigualdades materiais. Não devemos ceder à ilusão de que os mercados, por si mesmos, sabem melhor. Ao contrário, são míopes e socialmente insensíveis.
Sugere práticas para vivermos no antropoceno: Os países da ONU deveriam elaborar planos
nacionais de desenvolvimento socialmente includente e ambientalmente
sustentável, usando conceitos e metodologia comparáveis, tais como a pegada
ecológica e a biocapacidade, por um lado; e oportunidades de trabalho decente,
por outro, o que inclui emprego e autoemprego.
Os planos deveriam abranger um horizonte temporal de 20
anos, com detalhamento maior para cada 5 anos. Planejamento participativo que
acaba se reequilibrando e corrigindo possíveis erros. A etapa seguinte
consistiria na harmonização destes planos nacionais e culminando na elaboração
de um eventual plano mundial, com a coordenação assumida pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); é claro, se ele continuar
existindo, ou por outro organismo criado na Rio +20.
Ainda mais: as Nações Unidas deveriam criar um importante
Fundo de Desenvolvimento Includente e Sustentável, constituído por a) 1% do PIB dos países ricos, b) a taxa Tobin
sobre aplicações financeiras; c) um imposto sobre o carbono emitido (com a
dupla finalidade de incentivar a redução das emissões e o financiamento do
desenvolvimento) e d) pedágios sobre ares e oceanos, cobrados pelo uso destes
bens comuns da humanidade. Exemplo: uma
pequena sobretaxa sobre passagem de avião e fretes, da qual os aviões e os
navios dos países menos desenvolvidos poderiam ser isentos. Há um ótimo
argumento para esa proposta: hoje somos mais de 7 bilhões e seremos em meados
deste século 9 bilhões. Os padrões de consumo e estrutura dos
países do Norte não deram certo. Resta ao Sul: Brasil, India e África
reinventar um mundo mais humano.
Ele que Frances, foi criado no Brasil depois dos 12 anos de
idade e fez seu mestrado na India, conhece bem as desigualdades.
Todo ministro deveria andar a pé para pegar água na caatinga
andando uns 2km carregando lata d´água e sobreviver com a renda dos pobres por
um mês. Esse adendo foi meu. A sensibilidade para os problemas é necessária.
Projeto Rondon neles! Rsrs Andar pelas favelas. Atender os ribeirinhos. Isso
muda as pessoas na origem.
Mas voltando ao Sachs, gostei dizer que ao evoluirmos
passaremos a ser mais “Lutens” ou ociosos, divagadores, bricalhoões, descontraídos.
Eu, pessoalmente, estou cheia de ser “Faber”,
trabalhadora ativa, sem prazer, sem direção e acelerada.
Depois de todos terem seus direitos mínimos assegurados ai
sim será o momento de estancar o crescimento. Da população, do consumo/capita,
dos modismos. Aí, o crescimento deverá ser da solidariedade, da criatividade, da
reciclagem, da emoção amorosa, enfim de tudo que não produza entropia.
O que que isso tem a ver com Niterói? Não sei, mas mude de escala, misture as pessoas, converse muito e deve sair uma proposta adequada para esse mundo sem harmonia que vivemos aqui. Por que não temos nessa cidade de tanta gente educada um planejamento participativo? As maquetes expondo as idéias possíveis bem na estação das Barcas e no Terminal de ônibus para todos tomarem ciência e opinar? Só um exemplo...
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